sábado, 30 de janeiro de 2010

absências

volta e meia me pego pensando em porque sou ateu. e nesses últimos tempos isso tem me feito refletir. grandes pessoas que eu conheço são religiosas. e até demais. gosto delas, mas gostaria ainda mais se fossem atéias ou no mínimo largassem o santo ofício que praticam de forma tão vigorosa - e em grande parte, de forma extremamente tola. e me pego pensando em como pegá-las em uma discussão de forma que não possam escapar dos fatos.

e aí penso, que o grande trunfo dos religiosos ao comentar sobre os ateus surge a partir do motivo pelo qual viver. nos dizem que não há razão em viver sem acreditar em um deus, em algo maior, em uma inteligência superior, em algo que não se explica e portanto apenas se acredita, pura e simploriamente. e que se não acredita em deus, então tudo é permitido e não há moral. somos condenados por nós mesmos. os que abandonaram deus.

até aí a pura ficção é boa, de assustar crianças e por a maioria dos "adultos" afogados em dúvidas. aí me peguei pensando o contrário. com deus, não há razão. mas mais que isso, com deus não há motivo para viver. porque não há? porque continuar vivendo e acreditando que NADA que eu faça é por minha causa. que NADA que eu já fiz e vou fazer fui eu quem pensou em fazer. que NADA é minha culpa? isso sim é pesado de aguentar. ser nada e deus tudo. que merda de mundo vivemos.

e por isso não consigo acreditar nisso, em um deus, em algo que não se explica e ponto. há diversas coisas que não se explicam, mas é porque não achamos uma explicação para elas. mas deus, não se explica porque é irracional. como disse o bendito professor copélio - que tive o prazer de conhecer hoje - do alto dos seus 81 anos, deus é sentimento. não é verdade. é um mecanismo de emoções, não algo real. e quem acredita em deus como algo real, devia ver a insatisfação do professor copélio, que de longe é a mais sincera e doce que eu já vi.

pode ser que eu esteja errado, mas motivos se há para viver e não para crer.

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