terça-feira, 19 de julho de 2011

hoje não

hoje faço 24 anos. curti essa vida ainda que seja uma vida curta. gosto muito dela na mesma medida que ela muitas vezes não vai muito com a minha cara. confesso que hoje sou e não sou a mesma pessoa que há 5 anos atrás, nem a mesma que há 2 anos atrás. a vida mudou, mas eu não mudei nada. mesmo as opiniões mudadas, e olha que elas foram muitas, para mim ainda são as mesmas, mesmo que diferentes. ninguém muda ninguém. e muito menos ninguém se muda. a gente é o que é. "you are what you is", já dizia Zappa.

vejo fotos recetes de companheiros não tão longes de mim e vejo que há um abismo. "the thrill is gone", já dizia King. não sei quem fez a escavação, pode ter sido eu. assumo aqui. mas nada me moveu pior depois disso. não sinto remorso, apenas saudade, o que é bem diferente quando as coisas mudam. você não pode mudar e por isso tem saudade do tempo que as coisas ainda significavam algo. e não há remorso em querer fazer diferente. as coisas mudaram. você nunca mudará. e isso é o ponto chave.

o que ficou na lembrança foram tempos bons, suficientes para o que eram. hoje não mais. hoje não mais são do que passado. vem a lembrança à mente, mas ela não passa disso. de uma lembrança. quem te abandonou e quem você quis abandonar. seja por vontade própria, do outro ou dos rumos que a vida leva. hoje olho pra trás sem remorso, uma ponta de saudade e pensamentos para o futuro. não há mais marlon brando, pocahontas e eu. me sinto cada vez mais só. e não é ruim. só uma constatação. no fim que vai cuidar de você é você mesmo. o ninho já não te cabe, as roupas não mais se passam, as urgências são outras.

cada um constrói o caminho, o seu próprio caminho. sim, a verdade é a maior mentira que existe. cada um tem a sua. de tragos e goles martelo as minhas.

hoje eu não estarei errado, é meu aniversário.

pedro toledo.